segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

deja vu?

lampejos do amanhã brotam em minhas memórias.

ensaios

mais uma garrafa de vinho
e vasculho em minha loucura um paragrafo qualquer que precise ser impresso
mais um baseado
confiante que a a fumaça espirada trará a inspiração necessária


aguardo a dor,
o momento que as decepções evaporam do mangue dos desencontros
então, do coração que sangra, ouve-se murmúrios, lamentos e soluços contidos.
nesse instante vê-se, dos dedos trêmulos no teclado, espasmos de amargura e de dor relembrando sua visão do amor

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

inquieto

não encontro equilíbrio.
triste? preocupado e ansioso.
a transição sempre é muito mais ameaçadora
essa liberdade toda me oprime
é difícil não ter parâmetros
a falta de limites me instabiliza

preciso de ar.

segue a vida e suas contradições

gostaria de identificar o amor.
separa-lo do que é só desejo, carência ou outras motivações.
se ao menos o percebesse diluído em tudo mais.
sinto meu coração fechar-se.
quero a magia, a dor, a febre, o grito. e grito no vácuo, mas não
há eco, nem som, nem respostas. não há nada. muito menos o amor.

cronos

choro o futuro.
o passado já não basta.
o presente é frio e ilusório
em que tempo viver?

vácuo

só o vazio existe
apenas o não ser
não ter
não ver
nem sentir
a dor vem da ausência
ausência de nem ter por quem chorar.
queria muito te encontrar
bruma dos meus sonhos
chuva na janela de casa.

sepulcro

tô apodrecendo.
das entranhas à derme repugnância, nojo e asco se apoderam de mim.
não há maquiagem, sabão nem perfume que limpem ou disfarcem o cheiro de cova.
sou sombra.
buraco negro que atrai, aprisiona e aniquila toda luz e matéria.
meu sorriso te atrai
os meus olhos se enroscam nos teus.
meu toque te amaldiçoa a carência eterna dele mesmo.
e nem ouses encostar o teu quadril no meu,
pois será esta a cadência que guiará os teus passos.
não me olhes, nem te aproximes,
ou devorarei o que em ti há de mais puro.
não me culpes, é disso que me alimento.
me evite.

versinhos

grune os meus desejos
calo os meus segredos
fujo de alguns beijos
e vivo então a dor

mas se alguns beijos vivo
e dos meus segredos fujo
o meu desejo cala
só grune a minha dor

vulto

onde estás, que a noite passeia nos meus sonhos?
que só em teu corpo os meus braços descansam?
em todos os olhos busco achar a alma que me atrai.
farejo cangotes em busca do cheiro que me ludibria,
mas encontro odores que agradam sem saciar.
tua boca me revela as ilusões.
as outras simulam bem, mesmo sem o teu calor.
o tesão não o é sem tuas carícias.
não são tuas respostas quando toco uma outra.
meu corpo treme à tua presença e nas músicas que te descrevem.
não tardes mais.
meus sentidos imploram você.

enfrentamento

hoje o sussurro.
não quero gritar as minhas primeiras certezas
nem as mesmas impressões.
quero o sussurro.
quietar até mal respirar,
desprezar os alardes que há em mim
e deixar emergir da lama da precipitação
as críticas mais honestas, e enfretá-las.
burilar a dor das decepções até percebê-las oportunidades.
e o que não há conserto, deixar para trás.
feridas que não saram quase sempre imploram incômodo.
para que o pus da amargura não se alastre e ocupe todo o resto.