sábado, 20 de agosto de 2011

no parque

fim de tarde, um pouco de espera.
a preta desliza em sua bike até o gramado.
um beijo. deitamos.
carinho, risos, cafuné, sorrisos, encantos e um leve desvelar-me.
sentimento.
caminhar juntos, cuidado, sua mão busca a minha. meus carinhos sentem sua falta.
e o meu coroção ressequido se umidece pela força revestida em delicadeza.

cada dia melhor.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Tambaú

tantos amores
muitos sabores
poucos odores
me fazem afastar

quantos romances
vários nuances
sons embalantes
bem próximo ao mar

angustia e conflitos
infindos não-ditos
gritos reprimidos
me fazem parar

vida serena
braços da morena
sua boca pequena
me faz aquietar

quinta-feira, 7 de julho de 2011

vou

te entendo amor, te entendo.
talvez se fosse há um ano ou dois,

talvez fosse menos insistente, ou...

talvez estivéssemos no mesmo tempo, sintonia.

as exigêcias poderiam ser iguais, e nem falar de amor.

mas agora, agora eu amo.

amo.

sinto esse verbo desgastado e roto.

é. é disso que falo. do bem-querer, do cuidado, do suspiro...

falo da febre e da dor da presença. é. da presença.

porque a ausência não dói, não existe, é vazio. mas te sinto

em cada toque. tuas mãos, teu cheiro, teu cigarro. tua boca.

ah que boca!

te amo. e como não se pode amar só, eu vou.

parto por não poder te ter perto, prefiro ter-te longe.

te amo. te amo como há muito não amava.

foi bom. os bons momentos eu levo até que teus cachos

saiam de mim.

domingo, 26 de junho de 2011

manhã de domingo

vista turva, tento me localizar.
sofá, livros, quadro, sala

e da cozinha o cheiro da louça de ontem.

na cabeça as tarefas que não fiz.


em segundos traço planos pros dias e semana,

levanto e vou a padoca. pão frio.

compro algum doce e volto pra pia.

vida difícil a do adiar.


mais pratos e panelas,

café da jeane e lembranças de dez anos atrás

das trajetórias e vida que tivemos.

Kelton acorda e participa da conversa.


acendo o beque, em seguida um cigarro,

no colo o PC com a convicção q um poema sairia.

nada de fenomenal afinal,

é só mais uma manhã de domingo.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

do amor...

Do amor?!

sei tudo! tudo!

sei da dor do abandono, do coração partido ao partir.
do vício, do frenesi.
das promessas, juras e afins.
sei do carinho e cuidado,
das tapas e mordidas,
da febre louca e do rasgar.
sei do cheiro que não sai ao banhar,
das pernas, curvas e do prazer ao entrar.
da solidão, do cigarro, do vinho barato e do chorar.
do pranto amargo...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Girassóis

saudades, não pela tua ausência, mas por não mais me senti dentro de ti.

saudades, não dos teus afagos, mas por tua mão se esquecer de me acalentar.

saudades, não da falta do teu olhar, mas por ele me dizer coisas que jamais imaginei ouvir.

saudades, não dos teus cabelos, mas por sentir neles fragrâncias de outrem.

enquanto a mim,

meu sorriso desbotou,

minha pele perdeu o viço.

os meus girassóis já não enxergam tanta beleza.

e o tambor do meu peito silenciou.

à pirraia

Melancólico

A dúvida me abate mais que a falta de grana, que morar de arrego, que os fracassos.

Só sei ser inteiro quando amo. Só assim o mundo faz sentido.

Desta vez eu cri que daria certo.

Por mais louco que pareça, eu cri.

E só ouço o #Rudá Carvalho.

Penso como seria mais fácil ter uma vida que coubesse numa música.

Ahhhh!!!!

Preciso daquela “textura” de cabelo no meu rosto.

Preciso daquele beijo mole, da língua intrusa, do sorriso abusado, da força.

São aqueles olhos que me fazem esperar.

à Pirraia.

Incertezas

O outro lado não é tão engraçado.

Incerteza, insegurança, e titubeio são bem desconfortáveis.

O anseio de ver um oi saltar da tela do facebook, a expectativa de um convite,

só são interessantes quando são saciados.

E a espera é, sem dúvida, o mais desconfortável dos estados.

A questão é: Qual o limiar entre desistir e perceber que não vale a pena?

A confluência das energias? Esse é o maior delimitador?

Cansei de aguardar. Preciso ver as coisas acontecerem.


20.06.11

sexta-feira, 18 de março de 2011

dificil

Nunca foi tão difícil ser quem sou. Pois não são os momentos felizes que dizem quem somos. Mas os tristes. No apagar das luzes, no cessar do som, e na partida dos sorrisos, vemos os nossos reflexos até nas superfícies mais opacas tornando o encarar-se inevitável. É quando perguntamos aos céus ou a nós: Valeu a pena? Valeu a pena todo o sofrimento, o mar de ilusões, as verdades reveladas? Então ouvimos apenas o silêncio e a certeza que continuaremos fazendo escolhas que acertadas ou não terão que ser seguidas.

“É a vida, é a vida e é bonita.”

domingo, 13 de março de 2011

espaço

não me toques,
afasta teu sexo do meu.
não me olhes,
deixe meu corpo serenar longe
da influência do teu ser.
não me beijes.
meus gestos precisam de espaço
para que eu seja.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

deja vu?

lampejos do amanhã brotam em minhas memórias.

ensaios

mais uma garrafa de vinho
e vasculho em minha loucura um paragrafo qualquer que precise ser impresso
mais um baseado
confiante que a a fumaça espirada trará a inspiração necessária


aguardo a dor,
o momento que as decepções evaporam do mangue dos desencontros
então, do coração que sangra, ouve-se murmúrios, lamentos e soluços contidos.
nesse instante vê-se, dos dedos trêmulos no teclado, espasmos de amargura e de dor relembrando sua visão do amor

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

inquieto

não encontro equilíbrio.
triste? preocupado e ansioso.
a transição sempre é muito mais ameaçadora
essa liberdade toda me oprime
é difícil não ter parâmetros
a falta de limites me instabiliza

preciso de ar.

segue a vida e suas contradições

gostaria de identificar o amor.
separa-lo do que é só desejo, carência ou outras motivações.
se ao menos o percebesse diluído em tudo mais.
sinto meu coração fechar-se.
quero a magia, a dor, a febre, o grito. e grito no vácuo, mas não
há eco, nem som, nem respostas. não há nada. muito menos o amor.

cronos

choro o futuro.
o passado já não basta.
o presente é frio e ilusório
em que tempo viver?

vácuo

só o vazio existe
apenas o não ser
não ter
não ver
nem sentir
a dor vem da ausência
ausência de nem ter por quem chorar.
queria muito te encontrar
bruma dos meus sonhos
chuva na janela de casa.

sepulcro

tô apodrecendo.
das entranhas à derme repugnância, nojo e asco se apoderam de mim.
não há maquiagem, sabão nem perfume que limpem ou disfarcem o cheiro de cova.
sou sombra.
buraco negro que atrai, aprisiona e aniquila toda luz e matéria.
meu sorriso te atrai
os meus olhos se enroscam nos teus.
meu toque te amaldiçoa a carência eterna dele mesmo.
e nem ouses encostar o teu quadril no meu,
pois será esta a cadência que guiará os teus passos.
não me olhes, nem te aproximes,
ou devorarei o que em ti há de mais puro.
não me culpes, é disso que me alimento.
me evite.

versinhos

grune os meus desejos
calo os meus segredos
fujo de alguns beijos
e vivo então a dor

mas se alguns beijos vivo
e dos meus segredos fujo
o meu desejo cala
só grune a minha dor

vulto

onde estás, que a noite passeia nos meus sonhos?
que só em teu corpo os meus braços descansam?
em todos os olhos busco achar a alma que me atrai.
farejo cangotes em busca do cheiro que me ludibria,
mas encontro odores que agradam sem saciar.
tua boca me revela as ilusões.
as outras simulam bem, mesmo sem o teu calor.
o tesão não o é sem tuas carícias.
não são tuas respostas quando toco uma outra.
meu corpo treme à tua presença e nas músicas que te descrevem.
não tardes mais.
meus sentidos imploram você.

enfrentamento

hoje o sussurro.
não quero gritar as minhas primeiras certezas
nem as mesmas impressões.
quero o sussurro.
quietar até mal respirar,
desprezar os alardes que há em mim
e deixar emergir da lama da precipitação
as críticas mais honestas, e enfretá-las.
burilar a dor das decepções até percebê-las oportunidades.
e o que não há conserto, deixar para trás.
feridas que não saram quase sempre imploram incômodo.
para que o pus da amargura não se alastre e ocupe todo o resto.