domingo, 26 de junho de 2011

manhã de domingo

vista turva, tento me localizar.
sofá, livros, quadro, sala

e da cozinha o cheiro da louça de ontem.

na cabeça as tarefas que não fiz.


em segundos traço planos pros dias e semana,

levanto e vou a padoca. pão frio.

compro algum doce e volto pra pia.

vida difícil a do adiar.


mais pratos e panelas,

café da jeane e lembranças de dez anos atrás

das trajetórias e vida que tivemos.

Kelton acorda e participa da conversa.


acendo o beque, em seguida um cigarro,

no colo o PC com a convicção q um poema sairia.

nada de fenomenal afinal,

é só mais uma manhã de domingo.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

do amor...

Do amor?!

sei tudo! tudo!

sei da dor do abandono, do coração partido ao partir.
do vício, do frenesi.
das promessas, juras e afins.
sei do carinho e cuidado,
das tapas e mordidas,
da febre louca e do rasgar.
sei do cheiro que não sai ao banhar,
das pernas, curvas e do prazer ao entrar.
da solidão, do cigarro, do vinho barato e do chorar.
do pranto amargo...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Girassóis

saudades, não pela tua ausência, mas por não mais me senti dentro de ti.

saudades, não dos teus afagos, mas por tua mão se esquecer de me acalentar.

saudades, não da falta do teu olhar, mas por ele me dizer coisas que jamais imaginei ouvir.

saudades, não dos teus cabelos, mas por sentir neles fragrâncias de outrem.

enquanto a mim,

meu sorriso desbotou,

minha pele perdeu o viço.

os meus girassóis já não enxergam tanta beleza.

e o tambor do meu peito silenciou.

à pirraia

Melancólico

A dúvida me abate mais que a falta de grana, que morar de arrego, que os fracassos.

Só sei ser inteiro quando amo. Só assim o mundo faz sentido.

Desta vez eu cri que daria certo.

Por mais louco que pareça, eu cri.

E só ouço o #Rudá Carvalho.

Penso como seria mais fácil ter uma vida que coubesse numa música.

Ahhhh!!!!

Preciso daquela “textura” de cabelo no meu rosto.

Preciso daquele beijo mole, da língua intrusa, do sorriso abusado, da força.

São aqueles olhos que me fazem esperar.

à Pirraia.

Incertezas

O outro lado não é tão engraçado.

Incerteza, insegurança, e titubeio são bem desconfortáveis.

O anseio de ver um oi saltar da tela do facebook, a expectativa de um convite,

só são interessantes quando são saciados.

E a espera é, sem dúvida, o mais desconfortável dos estados.

A questão é: Qual o limiar entre desistir e perceber que não vale a pena?

A confluência das energias? Esse é o maior delimitador?

Cansei de aguardar. Preciso ver as coisas acontecerem.


20.06.11